Anoiteceu,eu acho que nunca me senti tão mal sozinha.
Eu to começando a olhar para trás e ver todos os momentos bons e ruins que aconteceram comigo e senti,na verdade, um pouco de -medo- felicidade.Já passa da meia-noite, está muito frio percebo pelo meu nariz gelado.
Vou fechar as janelas brancas de vidros molhados,do mesmo jeito que fechei meu coração ensangüentado e vou dormir e vou ,como todas as noites, tentar não pensar em nada porque quase todos meus pensamentos são sobre o passado.Me perco numa lembrança preto e branco que me leva para um passado muito distante de minha família reunida no quintal em um dia de sol.Incrível.Não quero acordar.
Nunca.Porém um dia eu iria acordar. Mas não agora,não naquele momento.
Voltei a realidade,ainda está frio,ainda é novembro,ainda estou só,ainda estou infeliz.Lentamente e quase timidamente eu fechei meus olhos,preciso voltar, não quero ficar aqui. Nada.Nada.Nada!
As janelas se abriram, pingos de chuva que molharam a sala veio seguido de um vento muito forte.O que me chamou atenção foi a foto que caiu,quando levantei,era ''a foto''.Eu sorri,a foto tinha um ar alegre,talvez menos sincero.
Instintivamente, fui direto a chuva tocando as paredes frias,chovia forte aquela noite,então olhei pro céu escuro e a lua brilhava como nunca.Coloquei a mão no pescoço e senti calafrios,foi estranho.admito.Mas meu olhar se perdeu.
Então voltei para dentro,fechei as janelas,peguei a foto e me deitei molhada naquela cama gelada e branca.Foram longos os minutos em que permaneceram daquele modo, até que o sono viesse finalmente a se abater sobre mim. bocejei e sorri uma vez mais, parecia está tudo bem.De novo.
E então eu sempre lembraria daquela longínqua noite de novembro, e em como nunca mais havia se sentido sozinha.
Essa pequena história é dedicada a alguém que jamais irá lê-la.
FM.
Essa pequena história é dedicada a alguém que jamais irá lê-la.
FM.